O governo francês foi derrubado esta quarta-feira depois de a moção de censura da Esquerda ser aprovada, com 331 votos a favor.
Esta é a primeira vez que um executivo francês caiu, desde 1962. Michel Barnier tomou posse como primeiro-ministro de França a 5 de setembro.
O presidente, Emmanuel Macron, já se encontra em França, depois de uma viagem à Arábia Saudita.
Note-se que esta moção teve ‘luz verde’ com o apoio da extrema-direita. Eram precisos 288 votos para derrubar o governo, tendo esta moção tido mais 43 do que os que eram necessários.
Ao serem conhecidos os resultados, Mathilde Panot, líder parlamentar da França Insubmissa disse que era agora “altura de Emmanuel Macron ir embora”.
Na Assembleia Nacional, a líder parlamentar disse que hoje “foi defendida a democracia”. Usando a palavra “caos”, utilizada pela ala de Macron para uma eventualidade destas, Panot foi assertiva: “Não somos nós que somos o caos. [O caos] É Emmanuel Macron por sete anos”.
Citada pela publicação Le Parisien, a líder de extrema-direita Marine Le Pen apontou, depois desta votação, que “a pressão no presidente Emmanuel Macron vai ser incrivelmente grande”.
Ao canal TF1, Le Pen referiu que queria que o próximo primeiro-ministro “trabalhasse em condições”. “Vamos co-construir, com todas as forças presentes na Assembleia Nacional, um orçamento que seja aceitável para todos”, afirmou.
Michel Barnier terá agora que apresentar a sua resignação ao presidente francês, Emmanuel Macron, que terá que nomear um novo chefe de governo, já que está impossibilitado de convocar novas eleições legislativas.
Barnier estava a governar em minoria até agora e, perante a dificuldade de aprovar o orçamento, recorreu na segunda-feira ao artigo 49.3 da Constituição francesa, que prevê a possibilidade de aprovar leis evitando uma votação parlamentar em troca de ter de se submeter a uma moção de censura.
[Notícia em atualização]
