Em artigo publicado hoje no Study Times, órgão da Escola Central do Partido Comunista Chinês (PCC), Chen Yixin afirmou que a segurança política deve continuar a ser a principal prioridade do regime, alertando para a intensificação das “atividades de infiltração e subversão” por parte de “forças hostis” que visam a “ocidentalização e fragmentação” da China.
Sem nomear diretamente os Estados Unidos, Chen referiu-se ao “declínio da hegemonia unipolar” como um reflexo da “transformação democrática acelerada, declínio económico e fragmentação social interna” em certos países, e da “erosão da credibilidade e da herança do poder hegemónico” a nível global.
As declarações surgem semanas após a reunião do Comité Central do PCC, que definiu as linhas gerais do próximo plano quinquenal, centrado na autossuficiência tecnológica e segurança nacional.
Chen sublinhou que a sua pasta vai “esmagar todas as atividades separatistas em prol da independência de Taiwan” e “responder com firmeza à interferência externa”, com o objetivo de promover a “reunificação nacional”. O ministro prometeu também garantir a “liberdade de navegação e a segurança das rotas marítimas estratégicas”.
Entre as tarefas prioritárias do ministério para o próximo ciclo estão ainda o combate à espionagem económica, a proteção de tecnologias críticas e o reforço dos mecanismos de controlo à exportação e supervisão de recursos estratégicos.
“Devemos travar uma campanha intensiva contra a espionagem, com especial atenção aos ativos tecnológicos críticos e à prevenção do roubo de dados sensíveis por forças estrangeiras”, escreveu Chen.
A proteção dos interesses chineses no estrangeiro também será reforçada, sendo considerada uma componente “importante do desenvolvimento e da segurança nacional”, indicou o ministro.
Chen advertiu ainda que o ministério vai emitir alertas precoces sobre riscos económicos e de segurança, com foco em cadeias de abastecimento, infraestruturas críticas e segurança alimentar e energética.
A China é atualmente responsável por cerca de 70% da produção mundial de terras raras e detém 90% da capacidade global de refinação destes metais, vitais para tecnologias de ponta e armamento.
Os EUA, fortemente dependentes desses materiais, ameaçaram impor novas tarifas sobre as importações chinesas após Pequim expandir os controlos à exportação destes recursos em outubro.
A medida foi posteriormente revertida após um encontro entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, no final desse mês.
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