“Estou pronto para as eleições”, frisou o chefe de Estado ucraniano aos jornalistas.
O Presidente norte-americano declarou hoje, em entrevista ao site Politico, que a Ucrânia, que “perdeu muito território”, deveria realizar eleições, acusando Kyiv de “usar a guerra” para evitar fazê-lo.
“Estou a pedir agora, e afirmo-o abertamente, que os Estados Unidos me ajudem, possivelmente com os meus homólogos europeus, a garantir a segurança para a realização das eleições”, apontou Zelensky.
A lei marcial, em vigor desde o início da grande ofensiva russa contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022, proíbe a realização de eleições nestas circunstâncias.
A Ucrânia enfrenta bombardeamentos russos quase diários que afetam todo o seu território, e centenas de milhares de ucranianos combatem na linha da frente.
Zelensky referiu que pediu aos membros do Parlamento que preparassem “propostas sobre a possibilidade de alterar (…) a legislação sobre as eleições ao abrigo da lei marcial”.
“Este é um comportamento corajoso e democrático, e uma resistência à guerra”, frisou, por sua vez, a ministra delegada de França no Ministério da Defesa, Alice Rufo.
“Sabemos muito bem que a Rússia irá inevitavelmente interferir nestas eleições de alguma forma. É importante lembrar a todos que o seu país é uma democracia e que está preparada para fazer muito para servir a sua nação. Tem também uma boa razão para exigir que a segurança destas eleições seja garantida”, salientou, em entrevista no canal de televisão francês LCI..
O Presidente ucraniano confirmou ainda que a proposta inicial norte-americana para o fim do conflito estava dividida em três documentos: um acordo-quadro de 20 pontos, um documento sobre garantias de segurança e outro sobre a reconstrução da Ucrânia após a guerra.
“São três, é verdade. Estamos a discuti-los com os americanos e já iniciámos conversações com os europeus”, destacou Zelensky, sublinhando que esperava apresentar uma versão atualizada aos Estados Unidos na quarta-feira.
Reconheceu também que a possibilidade de a Ucrânia aderir à NATO estava a diminuir.
“Somos realistas, queremos realmente estar na NATO. Na minha opinião, seria o correto. Mas sabemos com certeza que nem os Estados Unidos, nem alguns outros países, para ser honesto, veem a Ucrânia na NATO neste momento”, admitiu Zelensky aos jornalistas.
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