O FC Porto foi, no passado domingo, ao Estádio João Cardoso levar de vencida o Tondela, por 0-2, para se isolar ainda mais na liderança da I Liga, visto que, graças ao empate a uma bola no dérbi lisboeta, passou a deter uma vantagem de cinco pontos para o Sporting, e de oito pontos para o Benfica.
O encontro da 13.ª jornada teve, ainda assim, um ‘sabor extra’ para Francisco Moura, que alcançou os 200 jogos na carreira profissional. Numa extensa entrevista concedida à edição desta quarta-feira do jornal O Jogo, o próprio mostrou-se orgulhoso, mas não esqueceu novembro de 2020, quando sofreu uma rotura do ligamento cruzado do joelho esquerdo, que lhe custou largos meses de competição.
“De facto, é uma marca larga. Essencialmente, quero continuar e fazer muito mais. É dentro de campo onde sou feliz. Destaco a grave lesão que tive, porque são momentos difíceis em que não fazemos aquilo que gostamos e não estamos no plantel. É uma luta diária”, começou por afirmar.
“Houve, depois, o talvez chamado dar dois passos atrás, e senti que foi muito importante para mim ir para o Famalicão. Foi muito relevante e muito importante ter tempo de jogo, voltar a ter confiança. Por fim, o mais importante, o passo que me levou ao FC Porto. Sinto que foi o passo mais importante”, acrescentou.
“O FC Porto é um clube onde és obrigado a ganhar e que luta por títulos”
A verdade é que o lateral-esquerdo deu mesmo a volta por cima, e, no verão de 2024, trocou o Famalicão pelo FC Porto, a troco de uma verba na ordem dos cinco milhões. O início, assume, não foi fácil, mas o pior ficou para trás, de tal maneira que soma já cinco golos e 12 assistências ao cabo de 58 partidas de dragão ao peito.
“Principalmente, a nível psicológico, é muito diferente, porque é um clube onde tens de ganhar, onde és obrigado a ganhar e que luta por títulos. Tens de estar sempre muito ativo e sempre preparado para, semana após semana, atuar em muitos jogos, pelos que tens de estar sempre no teu melhor”, refletiu.
“O que tenho realmente em mente é, no final da época, que sejamos muito felizes. Que, jogo após jogo, continue a tentar sempre ajudar a equipa, que é o mais importante, a conquistar vitórias e títulos, que é isso que todos queremos”, completou.
O segredo da solidez defensiva
A terminar, o internacional sub-21 português explicou a solidez defensiva do emblema azul e branco (que, na presente temporada, sofreu apenas dez golos em 21 embates, em todas as competições) com o “trabalho” desenvolvido, não só pelo treinador italiano Francesco Farioli, como também por toda a equipa.
“Vem muito do trabalho que temos realizado e do trabalho do mister, da ajuda diária que dá a toda a equipa. E também temos de destacar a nossa dupla de centrais [Jan Bednarek e Jakub Kiwior], é muito boa e trouxe-nos imensa qualidade”, sublinhou o jogador de 26 anos de idade, natural de Braga.
“Ainda temos o [Dominik] Prpic, que mesmo não estando a jogar é um excelente central, e o Pablo [Rosario], que também faz aquela posição e tem estado muito bem. O Nehuén Pérez, infelizmente, teve a lesão, mas também é um excelente central. Temos de continuar a fazer o que temos feito”, rematou.
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