Em contraste com o modelo de interação de aplicações que estiveram na moda, apesar de temporariamente, como o Be Real, o Instagram está a assumir uma faceta oposta. Ou pelo menos os seus utilizadores estão a alterar os comportamentos de uso desta aplicação.
À exceção do The Weeknd, o espelho da realidade dos influencers e criadores de conteúdo em pouco parece ter sofrido alterações. Porém, os consumidores desses conteúdos, sobretudo a Geração Z, estão a alterar os padrões.
Para algumas pessoas, o Instagram está a deixar de ser uma galeria de memórias pública. A era do posting zero chegou! Diversos utilizadores da plataforma começaram a apagar conteúdos, tal como se verificou no perfil de Instagram deste cantor.
© Perfil Instagram Abel The Weeknd
No entanto, esta é só uma, entre as dezenas de teorias criadas pelos fãs do artista. Por outro lado, Abel pode estar só a aplicar uma estratégia de marketing para ter uma atenção exclusiva nas possíveis futuras publicações. Este é, na verdade, um método muito comum e frequente entre cantores antes de lançarem músicas novas.
Já o conceito de posting zero exclui qualquer publicação. Aliás, a nova tendência exclui todas e quaisquer tendências.
Esta é uma teoria polémica de Kyle Chayka que se popularizou numa coluna de opinião do The New Yorker e que chegou mais recentemente à BBC. A escritora identifica a prática de publicar frequentemente como um momento “narcisista” e sem interesse para os demais. A par disso, este fenómeno também é identificado pelo cansaço generalizado proveniente das redes sociais.
Kyle Chayka destaca que as redes sociais se tornaram cada vez “menos sociais”. Refere-se ainda ao momento de publicar e fazer scroll como um ato de consumo de conteúdo “altamente mercantilizado”.
A escritora refere que estas plataformas estão a fazer com que qualquer indivíduo perca o controlo da sua própria vida, apesar de já com pouco incentivo para publicar coisas banais.
Esta especialista define que, atualmente, a única utilidade de algumas redes sociais como o Instagram se restringem “ao envio de mensagens”. Para ela, a divulgação de fotos como um pequeno-almoço intagramável ou uma viagem de fim de semana são conteúdos íntimos e, que só com o tempo é que “aprendemos o lado negativo de transmitir a vida privada online”.
Com o tempo pode chegar também a “vergonha pública” ou um certo constrangimento, remata a escritora. E por isso, alguns jovens anteciparam-se e seguiram este modelo de posting zero.
