O líder norte-coreano Kim Jong Un presidiu na sexta-feira a uma cerimónia de boas-vindas aos soldados do 528.º regimento de engenharia, que passaram 120 dias na região de Kursk, parcialmente ocupada pelas forças ucranianas entre agosto de 2024 e a primavera de 2025, e anunciou “a perda dolorosa de nove vidas” na missão, segundo a KCNA.
O líder concedeu às nove vítimas o título de “Heróis da República Popular Democrática da Coreia” e outras distinções, a fim de “prestar uma homenagem eterna à sua bravura”, acrescentou a agência.
“No início de agosto, vocês, engenheiros do regimento, partiram para a região de Kursk, na Federação Russa, que os vossos companheiros de armas haviam retomado à custa das suas vidas”, disse Kim durante a cerimónia.
“Oficiais e soldados, vocês demonstraram heroísmo coletivo ao superar quase todos os dias provações físicas e mentais inimagináveis”, continuou o líder norte-coreano, afirmando que conseguiram “realizar o milagre de transformar uma vasta área perigosa numa área segura”.
Em junho, a Rússia anunciou o envio de 1.000 soldados de engenharia e cerca de 5.000 trabalhadores norte-coreanos para “a reconstrução da região de Kursk”, retomada da Ucrânia dois meses antes pelas forças russas, com a ajuda de um contingente norte-coreano.
A participação desses soldados em operações de desminagem foi confirmada em novembro, com fotos, pelo jornal oficial do Ministério da Defesa russo.
A Coreia do Norte participou ativamente no esforço de guerra da Rússia, fornecendo soldados para repelir o avanço ucraniano na região de Kursk. Os dois países estão ligados por um acordo de defesa mútua assinado em 2024, por ocasião de uma visita do Presidente russo Vladimir Putin à Coreia do Norte.
Os serviços de inteligência sul-coreanos estimam que cerca de 10.000 soldados norte-coreanos participaram na guerra contra a Ucrânia e que 2.000 morreram.
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