O chanceler alemão Friedrich Merz deve receber o Presidente ucraniano, bem como vários líderes europeus, da União Europeia e da NATO, num contexto de intensa atividade diplomática com o objetivo de pôr fim à guerra entre a Ucrânia e a Rússia, enquanto os Estados Unidos aumentam a pressão sobre Kiev para chegar a um acordo.
Os europeus e ucranianos pediram aos norte-americanos “garantias de segurança”, antes de qualquer negociação territorial no leste da Ucrânia ocupado pelos russos, anunciou a Presidência francesa na sexta-feira.
As discussões aceleraram com um plano apresentado pela Administração dos Estados Unidos há quase três semanas para resolver a guerra desencadeada pela invasão russa em fevereiro de 2022, que retoma as principais exigências de Moscovo.
Kiev entregou entretanto uma versão alterada daquele texto, incluindo contrapropostas. O Presidente ucraniano confirmou na quinta-feira que os Estados Unidos desejam concluir um acordo “o mais rapidamente” possível.
“Trata-se acima de tudo de (saber) que concessões territoriais a Ucrânia está disposta a fazer”, afirmou Merz na quinta-feira em Berlim.
O apoio financeiro à Ucrânia será uma “prioridade máxima” para o Chipre, que assume no primeiro semestre de 2026 a presidência rotativa da União Europeia (UE).
“Se puder destacar alguns pontos que colocaremos no topo da nossa agenda, diria que a Ucrânia será uma prioridade máxima para o Chipre. A invasão russa prossegue, é inaceitável e devemos continuar a apoiar a Ucrânia em todas as vertentes”, disse esta sexta-feira a embaixadora cipriota junto da UE, Christina Rafti.
Na apresentação à imprensa europeia em Bruxelas das prioridades de Nicósia para a presidência semestral europeia, entre janeiro e junho próximos, a diplomata recordou que, de momento, “decorrem discussões sobre a assistência financeira à Ucrânia”, nomeadamente sob a forma de um empréstimo de reparações assente em ativos russos imobilizados na UE.
O tema será discutido pelos líderes da UE na cimeira que decorre na próxima semana, num encontro de alto nível que é visto como decisivo para chegar a acordo, já que a Ucrânia fica sem financiamento na próxima primavera.
Ainda sobre a Ucrânia, estão previstas novas sanções da UE à Rússia nos primeiros seis meses do próximo ano, de acordo com a embaixadora.
“Está em curso trabalho sobre o 20.º pacote”, que deverá incluir medidas sobre a chamada “frota fantasma russa”, sobre as lacunas à evasão e sobre o petróleo e energia russa, precisou a representante cipriota.
De acordo com fontes europeias, é esperado um novo pacote de sanções aquando do quarto aniversário da guerra, que se assinala em fevereiro de 2026.
O alargamento é outra das prioridades cipriotas para este semestre, querendo Nicósia dar “um forte impulso”, nomeadamente à adesão da Ucrânia ao bloco comunitário, num processo que é baseado no mérito e relativamente ao qual “eles estão a cumprir”, segundo Christina Rafti.
De momento, surgem esforços diplomáticos para alcançar uma paz justa e duradoura na Ucrânia, querendo a UE reforçar a posição negocial de Kiev, o que passa por aumentar a pressão sobre Moscovo.
“Como UE, afirmamos que precisamos de um lugar na mesa de negociações, mas também precisamos de capacitar os negociadores ucranianos nesse processo”, disse a embaixadora cipriota.
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