Paulo Abreu dos Santos, o adjunto da antiga ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, terá abusado de, pelo menos, duas crianças portuguesas com apenas 10 anos.
A Polícia Judiciária – que está encarregue do caso e deteve o homem na sexta-feira, 12 de dezembro, como confirmou o Notícias ao Minuto -, estará agora a tentar identificar os dois menores, para que possam ser ouvidos como vítimas no processo.
A informação é avançada pela CNN Portugal, que noticiou a detenção do ex-adjunto em primeira mão, que afirma que Paulo Abreu dos Santos admitiu os crimes perante o juiz que lhe aplicou a medida de coação de prisão preventiva.
Durante as buscas à casa do suspeito, as autoridades encontraram 500 ficheiros internacionais de acesso e partilha de conteúdo de pornografia infantil, onde crianças entre os 4 e os 14 anos eram abusadas. Para além disso, o também advogado filmou-se a ele próprio com um telemóvel a abusar crianças.
O número exato de menores que sofreram estes crimes às mãos de Paulo Abreu dos Santos não é ainda conhecido, mas, sabe-se agora, que, pelo menos duas delas são portuguesas.
Parte dos crimes sexuais, nomeadamente os de acesso e de partilha deste tipo de conteúdo, terão sido feitos a partir do próprio Ministério da Justiça, no seu computador. Paulo Abreu dos Santos, de 38 anos, desempenhou funções nesta tutela de 2023 a 2024.
A investigação acredita que o advogado pode estar ligado a uma rede com ramificações e é também nesse sentido que quer ter acesso ao telemóvel pessoal do ex-adjunto, para averiguar se Paulo Abreu dos Santos tem o contacto de outros pedófilos que operem na sociedade portuguesa.
O antigo adjunto, note-se, foi mencionado inicialmente numa investigação internacional, com origem nos Estados Unidos, que monitorizou crimes sexuais contra menores nas redes sociais Signal e Telegram. Terá sido através dessa pista que as autoridades portuguesas avançaram com a investigação a Paulo Abreu dos Santos.
Segundo a nota curricular no Diário da República, Paulo Jorge Abreu dos Santos é licenciado em Direito e desenvolveu atividade profissional como advogado e parecerista, em particular nas áreas de contencioso societário e comercial, insolvência e arbitragem.
O ex-adjunto trabalhava na sociedade de advogados Ana Bruno & Associados, que se diz “surpreendida” pela notícia, e foi também assistente convidado na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
