O programa ‘Juízo Final’ da Sport TV, emitido esta terça-feira, contou com a análise de vários jogos com casos polémicos nas últimas jornadas das I e II Ligas (e não só), destacando-se apenas um lance do dérbi entre Benfica e Sporting (1-1), disputado no passado dia 5 de dezembro, no Estádio da Luz, a culminar na expulsão de Gianluca Prestianni.
Já em cima do minuto 90, numa altura em que o conjunto de Rui Borges procurava surpreender a turma de José Mourinho num contra-ataque, o avançado argentino entrou com tudo sobre Geny Catamo e, inicialmente, até foi admoestado com um cartão amarelo.
No entanto, poucos segundos depois, o experiente Rui Costa, VAR do dérbi referente à 13.ª jornada do campeonato, aconselhou o árbitro António Nobre a rever o lance em causa, colocando no horizonte um possível cartão vermelho, algo que viria mesmo a ser uma realidade após a rápida revisão das imagens no monitor.
Eis os áudios do VAR:
Rui Costa [VAR]: “Nobre, daqui VAR. Aconselho-te a vires à zona de revisão para possível vermelho”.
António Nobre [árbitro principal]: “Ok, imagem feia, parece-me vermelho direto”.
Rui Costa [VAR]: “O jogador número 25, em voo, faz uma tesoura”
António Nobre [árbitro principal]: “Sim, o pé fica preso. É vermelho claro”.
Rui Costa [VAR]: “Espera aí, vou mostrar outra imagem, por trás”.
António Nobre [árbitro principal]: “Sim, sim, é vermelho”.
“Consequência poderia ter sido drástica”
Duarte Gomes, diretor técnico nacional de arbitragem, da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), validou a decisão final do lance e a forma como ocorreu o diálogo entre a equipa de arbitragem em campo e o videoárbitro, na Cidade do Futebol.
“O ideal era que fosse sempre assim, dado que pedimos aos árbitros para chamar em situações claras e óbvias. Sendo claro e óbvio, a imagem que mostra que o árbitro errou deveria ser só uma. Repare-se nos fatores para cartão vermelho. O jogador salta a dois pés, salta de longe. Por acaso, até toca com a ponta do pé na bola depois do jogador do Sporting tocar, mas ele não salta para a bola, salta para as pernas“, começou por dizer.
“É uma entrada de longe, com intensidade, velocidade. Tem uma consequência que poderia ter sido drástica. Vemos ali que o pé poderia ter partido. É um cartão vermelho absolutamente indiscutível. Foi uma intervenção excelente por parte do Rui Costa e, neste caso, muito bem também o [António] Nobre a ser convencido de imediato, num lance que não deixa grandes dúvidas”, vincou de seguida Duarte Gomes-
“Nós, árbitros, também temos muito cuidado com os jogadores que entram quando estão a suplentes. Geralmente, vêm com muita adrenalina e intensidade, que é perfeitamente normal. Querem mostrar em pouco tempo que sabem jogar, que contribuem para a equipa e, muitas vezes, não conseguem dosear essa intensidade. Muitas vezes os árbitros até falam com eles para aconselhar calma, de forma a não haver uma ação que prejudique a equipa”, rematou sobre o tema.
