AfD critica ajuda da UE (e está convencida da vitória russa no conflito)

A União Europeia (UE) decidiu durante a noite financiar o esforço de guerra da Ucrânia durante pelo menos dois anos através de um empréstimo comum de 90 mil milhões de euros, sem recorrer aos ativos russos, que permanecerão congelados na Europa até que Moscovo pague as reparações a Kyiv.

 

Visando o chanceler alemão Friedrich Merz, que há meses procura uma solução duradoura para financiar a Ucrânia, os dois líderes da AfD acusaram-no de fazer com que os contribuintes paguem pela continuação da guerra, desencadeada pela invasão russa de 2022.

“O chanceler Merz está a desperdiçar o dinheiro dos contribuintes alemães numa guerra sem saída. Depois de vencer a guerra, a Rússia não pagará nenhuma reparação”, afirmou Tino Chrupalla num comunicado.

“Mais 90 mil milhões de euros serão engolidos por um dos Estados mais corruptos do mundo”, acrescentou a sua colega Alice Weidel, referindo-se a um vasto escândalo de corrupção que atualmente enfraquece o poder ucraniano.

“Enquanto o seu próprio país se deteriora e entra em declínio económico, o chanceler desperdiça milhares de milhões para prolongar uma guerra inútil”, acrescentou Weidel.

A AfD, que se tornou a principal força de oposição após as eleições legislativas de fevereiro passado, assume-se como um partido pró-Rússia, anti-elite e anti-imigrantes.

Os partidos da coligação no poder, que reúne os conservadores de Merz (CDU) e os social-democratas do SPD, acusaram repetidamente a AfD de ser o cavalo de Troia da Rússia.

Os seus eleitos são suspeitos, nomeadamente, de utilizar as questões parlamentares, a nível regional e nacional, para recolher informações sensíveis e transmiti-las a Moscovo, alegações que o partido rejeita.

O Governo alemão acusa ainda a Rússia de conduzir na Alemanha, como noutros países europeus, uma vasta campanha de sabotagem, espionagem e desinformação com vista a um eventual conflito militar com a NATO nos próximos anos.

Internamente, a AfD está, no entanto, dividida entre os defensores de uma linha radicalmente pró-Rússia e aqueles que seguem mais a linha do Presidente norte-americano, Donald Trump, como modelo.

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