Ian Wright defendeu, na quinta-feira, que o Arsenal devia tentar contratar Bruno Fernandes “já amanhã”, na sequência das declarações recentes do internacional português que desvendou a forma como o Manchester United quis promover a sua saída no último verão. No podcast Stick to Football, da Sky Sports, o antigo avançado dos gunners lamentou a forma como o United tratou um jogador que tanto deu ao clube nos últimos anos.
“Quando olhamos para as declarações do Bruno, é como se o Manchester United estivesse indeciso. Alguém tenta contratar o Bruno Fernandes no último verão e a possibilidade acaba descartada”, começou por dizer Ian Wright, citado pelo Mirror, antes de prosseguir com a sua análise.
“Ele não queria sair. O Bruno basicamente disse ao clube que a decisão era deles [dirigentes]. Esse é o tipo de coisas que não queres ouvir sendo uma pessoa que praticamente carregou o clube às costas“, frisou o antigo avançado inglês, antes de finalizar.
“Os jogadores querem que lhes digam: ‘Não vais a lado nenhum. És muito importante para nós’. Mas o Manchester United não fez isso. Eles [Manchester United] deram-lhe a opção e disseram: ‘Se quiseres sair, podemos dar seguimento’. O que lhe estão a dizer? Eu levá-lo já amanhã [para o Arsenal]”, concluiu Ian Wright, que vestiu a camisola do emblema de Londres por 288 ocasiões, tendo marcado 185 golos.
O que disse Bruno Fernandes?
A revelação de Bruno Fernandes foi feita em entrevista ao Canal 11, no programa “Soltinhos pelo Mundo”, emitido na noite da última segunda-feira. O ex-Sporting falou abertamente sobre vários temas e não escondeu a mágoa pela vontade de o Manchester United o querer vender.
“Pensei que a empatia e o carinho que tinha com o clube eram iguais. Mas essa empatia pode existir, mas chega a um ponto em que o dinheiro é mais importante do que tu. O clube queria que eu fosse [embora]. Disse isso aos diretores. Acho que não tiveram a coragem de tomar essa decisão porque o míster me queria. Se tivesse dito que queria sair, o clube tinha-me deixado ir“, começou por dizer, antes de falar de uma lealdade que, aos dias de hoje, deixou de ser valorizada.
“Hoje em dia, a questão da lealdade não é tão bem vista como antigamente. Podia ter saído neste mercado [de verão], e iria ganhar muito dinheiro, financeiramente era muito melhor para mim. Há uma época também poderia sair, não vou dizer para onde, mas iria ganhar muitos troféus”, frisou, antes de concluir.
“Decidi [ficar], não só pela decisão familiar – os meus filhos e a minha mulher estão bem cá -, mas pelo facto de gostar genuinamente do clube. A conversa que tive com o míster fez com que eu ficasse, mas da parte do clube senti: ‘Se fores, também não é assim tão mau para nós’. Magoou-me um bocado, mas mais do que magoado deixou-me triste por ser um jogador que não têm nada a apontar“, rematou.
Recorde-se que Bruno Fernandes encontra-se a cumprir a sétima temporada ao serviço do Manchester United, depois de ter chegado a Inglaterra em janeiro de 2020, oriundo do Sporting e a troco de 65 milhões de euros.
O internacional português, agora com 31 anos, depressa se afirmou em Old Trafford e é atualmente o capitão da equipa comandada pelo compatriota Ruben Amorim. Na presente época contabiliza cinco golos e sete assistências em 17 jogos disputados.
