“Os bombardeamentos ao mercado de gado e no distrito de Redayef causaram 22 mortos e 17 feridos”, disse à agência noticiosa AFP, uma fonte médica do hospital saudita de el-Facher, enquanto testemunhas relataram ataques da “artilharia e bombardeamentos” por parte dos paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FSR na sigla em inglês), em guerra contra o Exército no Sudão.
“Algumas casas foram destruídas por ataques com granadas”, segundo as mesmas fontes.
Desde o início de maio último, os combates têm sido particularmente violentos nesta capital do Estado do Darfur do Norte, a única grande cidade desta região do oeste do Sudão que escapou ao controlo dos paramilitares.
Para capturar a cidade, as RSF sitiaram-na, prendendo centenas de milhar de civis.
El-Facher viveu duas semanas de relativa calma depois de, no início deste mês, paramilitares terem bombardeado um mercado na cidade, matando 15 civis e ferindo outros 29.
Segundo um relatório da organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) datado de 24 de junho passado, a violência em el-Facher causou a morte de 260 pessoas.
A guerra que opõe o Exército, liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhane, às RSF do seu antigo vice, o general Mohamed Hamdane Daglo, desde abril do ano passado, causou dezenas de milhares de mortes, com algumas estimativas a situarem-se em 150.000 pessoas, segundo o enviado norte-americano ao Sudão, Tom Perriello.
A guerra já forçou mais de 11 milhões de pessoas a fugir dentro e fora do país, devastando infraestruturas num Sudão à beira da fome.
Ambos os lados foram acusados de crimes de guerra por visarem deliberadamente civis e bloquearem a ajuda humanitária.
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