Sophie Kinsella, autora da saga de livros “Shopaholic” que foi adaptada para o grande ecrã, morreu na manhã desta quarta-feira aos 55 anos.
O anúncio foi feito pela família da própria nas redes sociais, onde escreveram: “Temos o coração partido por ter de anunciar a morte da nossa adorada Sophie (também conhecida como Maddy e Mãe) esta manhã”.
“Ela morreu pacificamente, com os seus últimos dias preenchidos com os seus verdadeiros amores: família e música e ternura e Natal e alegria”, continuaram na mesma publicação. “Não conseguimos imaginar como é que a vida vai ser sem o seu brilho e amor pela vida”, acrescentaram.
“Apesar da sua doença, que ela aguentou com uma coragem inimaginável, Sophie considerava-se verdadeiramente abençoada – por ter tamanha família e amigos e por ter tido um sucesso extraordinário na sua carreira como escritora. Ela não dava nada como garantido e estava eternamente grata pelo amor que recebia.”
Uma publicação partilhada por Sophie Kinsella (@sophiekinsellawriter)
A escritora, cujo nome verdadeiro é Madeleine Sophie Wickham, foi diagnosticada com um gioblastoma, um tipo de tumor maligno cerebral, em 2022, mas só partilhou o diagnóstico com o público dois anos depois, em 2024.
A editora de Sophie também já reagiu à morte da escritora num comunicado citado pela BBC, onde afirmou que Kinsella “definiu e elevou a comédia romântica ao popularizar as suas histórias com problemas reais, que combinavam inteligência, profundidade emocional e perspicácia social”.
“A Maddy deixa para trás um legado glorioso e indelével, uma voz única, um espírito insaciável, uma bondade de intenções e uma obra que continuará a inspirar-nos a alcançar objetivos mais elevados e a sermos melhores, tal como muitas das suas personagens”, disse o editor de longa data da autora, Bill Scott-Kerr.
Já as agentes daa escritora, Araminta Whitley e Marina de Pass descreveram Sophie como uma mulher “inteligente, criativa, ternurenta e irreverente que valorizava o poder profundamente conectivo da ficção”.
“Ela tinha um dom raro para criar protagonistas emocionalmente cativantes e histórias que tocavam e entretinham os leitores, independentemente de onde estivessem no mundo e dos desafios que enfrentassem”, acrescentaram.
Sophie nasceu em Londres, em Inglaterra, em 1969 e começou por estudar música na faculdade, antes de mudar de curso e se focar em filosofia, política e economia.
O seu primeiro romance foi publicado em 1995, quando tinha apenas 24 anos e trabalhava como jornalista de economia, sob o título “The Tennis Party”. Na altura, assinou como Madeleine Wickham.
“A minha principal preocupação era não escrever um primeiro romance autobiográfico”, disse ao Guardian em 2012. “Eu estava muito, muito determinada a não escrever sobre uma jornalista de 24 anos. Tinha de ter personagens masculinas e pessoas de meia-idade, para que eu pudesse dizer: “Olhem, não estou apenas a escrever sobre a minha vida, sou uma escritora a sério.”
O livro foi aclamado pela crítica e tornou-se um best-seller, chegando ao top 10. Sob o nome Madeleine Wickham lançou ainda outros seis livros e só depois trocou para o que veio a ficar mais conhecido, Sophie Kinsella. O primeiro livro lançado com esta assinatura viria a ser o seu maior sucesso: “The Secret Dreamworld of a Shopaholic” ou “Confessions of a Shopaholic”, que em português foi traduzido para “Louca por Compras”.
A saga tornou-se um sucesso, ganhando até mesmo um filme que adaptou os dois primeiros livros da série em 2009. A protagonista, Becky Bloomwood, foi interpretada por Isla Fisher.
Sophie Kinsella em 2018© David Levenson/Getty Images
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