Greve inexpressiva? “O senhor ministro não vive neste país”

O líder parlamentar do Partido Socialista (PS) Eurico Brilhante Dias comentou a greve geral e as declarações do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, esta quinta-feira, nos Passos Perdidos da Assembleia da República. “A resposta dos trabalhadores ao pacote laboral é uma resposta expressiva. Esta greve geral é a todos os títulos um grande êxito e devemos felicitar a capacidade de mobilização das centrais sindicais. Esperamos que o Governo oiça, veja, aquilo que está a acontecer em todo o país”, começou por dizer.

 

“É uma grande derrota do Governo o dia de hoje e olhando para aquilo que está a acontecer no país, olhe para trás, sente-se com os parceiros sociais e que promova as alterações ao pacote laboral que devem de ser feitas”, continuou.

Para Brilhante Dias, a posição do PS “é clara”. “Quanto a estas medidas somos contra, são um retrocesso e mais precariedade”, referiu, questionando: “Vamos pôr em causa direitos fundamentais?”

“Ao ouvir a declaração do ministro Leitão Amaro, só conseguia pensar no ministro da Propaganda do governo do Iraque durante a Guerra do Golfo”, atirou, acrescentando: “O senhor ministro não vive neste país, não percebeu o que está a acontecer hoje nas diferentes instituições – dos hospitais às escolas, nas fábricas mais emblemáticas e exportadoras, aos transportes públicos”.

Segundo o socialista, trata-se de “um grande sinal” e Leitão Amaro “deve perceber esse sinal”. “O Partido Socialista espera que a proposta de lei que entre no Parlamento seja completamente diferente daquela que hoje está em cima da mesa”, disse.

“Compete ao Governo ouvir com atenção o que lhe estão a dizer os trabalhadores deste país. Estão a dizer ‘não’ a este pacote laboral”, rematou.

Nível de adesão à greve “é inexpressivo”, diz Leitão Amaro. CGTP discorda

Recorde-se que anteriormente, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, desvalorizou a adesão à greve geral, que está a ter impacto em vários setores desde os transportes até à saúde: É “inexpressivo”, referiu, contradizendo os sindicatos.

“Parece mais uma greve parcial da Função Pública. O país está a trabalhar. A adesão à greve é inexpressiva”, disse o ministro da Presidência, numa conferência de imprensa de balanço da greve, em Lisboa. “A esmagadora maioria do país está a trabalhar”, referiu.

Leitão Amaro garantiu respeitar “quem faz greve”, mas que “o país escolheu trabalhar”, justificando que “se algumas pessoas não conseguiram trabalhar foi pelas perturbações nos transportes”.

Deixou ainda a garantia que o Executivo tem estado “sempre aberto ao diálogo”, que “dá resultados”.

Governo desvaloriza greve: “Esmagadora maioria do país está a trabalhar”

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse esta quinta-feira que a “esmagadora maioria do país está a trabalhar” em dia de greve geral, sublinhando que o Governo mantém “a abertura para o diálogo”.

Beatriz Vasconcelos | 12:56 – 11/12/2025

Por seu lado, a CGTP estima mais de três milhões de pessoas aderiram à greve. “É uma das maiores de sempre, se não a maior de sempre”, disse o secretário-geral, Tiago Oliveira, em conferência de imprensa de balanço da paralisação, onde opinou que se trata de uma “força inequívoca pela exigência de mais salários e mais direitos”.

“Força inequívoca”. CGTP estima que mais de três milhões estão em greve

CGTP estima mais de três milhões de pessoas aderiram à greve geral desta quinta-feira, anunciou o secretário-geral da central sindical, pouco depois de o Governo ter desvalorizado a adesão.

Beatriz Vasconcelos | 13:17 – 11/12/2025

[Notícia atualizada às 14h10]

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