O candidato presidencial Jorge Pinto considerou hoje que “é quase ofensivo dizer-se que a adesão a esta greve é inexpressiva” e acusou o Governo de não ouvir os trabalhadores.
O candidato comentava as declarações do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, referindo que aquelas são palavras de “um Governo que claramente não ouve os trabalhadores, não ouve as pessoas”.
“Aquilo que este Governo tem feito, e tem feito reiteradamente, é não ouvir. Não ouvir os partidos políticos na Assembleia da República, não ouvir os trabalhadores e os seus representantes e, uma vez mais, hoje, não ouvir aqueles que hoje decidiram fazer greve”, afirmou à SIC Notícias, à margem da manifestação que decorre esta tarde em Lisboa. “É com surpresa e com alguma tristeza que ouço estas declarações de Leitão Amaro mas, na verdade, elas vêm na sequência de numa linha de ação que passa por não ouvir, achar que têm maioria absoluta na Assembleia da República e que tudo aquilo que querem fazer pode ser feito.”
“Um Presidente da República tem de assegurar a unidade do país e tem de assegurar uma coisa muito importante: que os portugueses são ouvidos, que os partidos políticos são ouvidos”, frisou. “E no que diz respeito às alterações laborais, os interesses dos trabalhadores têm também de ser ouvidos e isso não tem acontecido.”
Para Jorge Pinto, participar na manifestação não é incompatível com o cargo a que se candidata: “Um Presidente da República tem de ser presente e eu quero estar presente onde estão os portugueses”, começou por explicar.
“Hoje estou numa manifestação a favor dos direitos dos trabalhadores porque um Presidente da República deve estar aí. Um Presidente da República é imparcial, mas é imparcial a representar a população na sua diversidade. Um Presidente da República não vai governar, não vai executar políticas, mas vai também influenciá-las. Vai dar um sinal para o país de que políticas quer para o país. Eu quero políticas onde valha a pena ser trabalhador, eu quero que o trabalho emancipe. Quero que o trabalho seja algo que valha a pena. Eu não estou aqui contra nada, eu estou aqui por alguma coisa e essa coisa é a dignidade de todas as trabalhadoras e trabalhadores em Portugal”, concluiu.
