O ‘sucessor’ de Baia que é ídolo no Chipre. O que é feito de Bruno Vale?

Bruno Miguel Esteves Vale, mais conhecido no mundo do futebol como Bruno Vale, foi um gigantes das balizas em Portugal e não só. Deixou de jogar futebol de forma profissional aos 37 anos, depois de uma carreira que mais pareceu uma montanha-russa. Foi no Chipre que atingiu o ponto alto na carreira e que ganhou o estatuto de ídolo.

 

O agora antigo jogador nasceu a 8 de abril de 1983 na freguesia de Mafamude, em Vila Nova de Gaia, e foi em terras gaienses que começou a dar os primeiros passos no mundo do futebol. Foi no Parque de Jogos Soares dos Reis e no Vilanovense que começou a sua formação e logo como guarda-redes. As qualidades estavam lá e foi sem surpresa que se mudou para o FC Porto em 1997/98.

De imediato, Bruno Vale pegou de estaca nos escalões de formação do FC Porto. Nesse primeiro ano no emblema da cidade Invicta, o então jovem conquistou o título de campeão nacional de iniciados, ao qual juntou o de juniores em 2000/01.

Ainda antes de chegar ao futebol profissional, Bruno Vale participou na conquista do Campeonato da Europa de sub-16. A este propósito, o guarda-redes somou mais de 60 internacionalizações em todos os escalões da seleção nacional, inclusive na equipa A. Mas já recordaremos essa história mais à frente.

Bruno Vale somou uma internacionalização A© Getty Images  

A chegada ao futebol profissional aconteceu em 2002 pela porta da equipa B FC Porto. Nessa altura, muitos apontavam Bruno Vale como o sucessor de Vítor Baía, que já brilhava na equipa principal dos azuis e brancos. Mas, ainda assim, a confirmação desse desígnio nunca se confirmou. É certo que José Mourinho estreou Vale na equipa principal do FC Porto em 2003, o que valeu a conquista do título de campeão nacional ao guarda-redes, mas o então jovem foi sendo emprestado a várias equipas à procura da afirmação.

Pese embora estivesse escondido atrás de dois ‘monstros’ da baliza do FC Porto como eram Vítor Baía e Nuno Espírito Santo, Bruno Vale não perdeu espaço nos escalões da seleção. Ao lado de Cristiano Ronaldo, o então jovem conquistou o Torneio de Toulon em junho de 2003. No mês seguinte, somou a única internacionalização pela equipa das quinas e num duelo particular contra o Cazaquistão, que marcou ainda a estreia do craque madeirense.

Depois de quarto temporadas principalmente na equipa B do FC Porto, Bruno Vale é cedido ao Estrela da Amadora, onde ajuda o clube da Reboleira quase a chegar às provas europeias. As boas exibições nos estrelistas valeram a convocatória para o Campeonato do Mundo de 2006 na Alemanha. No entanto, uma lesão no Europeu sub-21 que decorreu nesse mesmo ano retirou o guarda-redes dos convocados de Luiz Felipe Scolari.

Bruno Vale participou em dois Campeonatos da Europa de sub-21© Getty Images

Depois da Amadora, seguiu-se um novo empréstimo para Bruno Vale. No âmbito da ida de João Paulo para o FC Porto, o guarda-redes foi cedido à União de Leira, onde somou apenas dois jogos. Em 2007/08, foi também pouco utilizado ao serviço do Varzim, onde venceu a Liga Intercalar. De empréstimo em empréstimo, o guardião rumou ao sul do país e esteve emprestado ao Vitória FC em 2008/09. Ainda ligado ao FC Porto, somou uma última cedência, desta feita ao Belenenses.

Na pré-temporada de 2010, Bruno Vale foi dispensado pelo FC Porto e rumou à Oliveirense. Após duas épocas positivas no emblema de Oliveira de Azeméis, o jogador então com 29 anos mudou-se para o estrangeiro pela primeira vez, assinando um contrato de dois anos com o Apollon Limassol. A ida para o Chipre acabou por marcar a carreira do guardião.

O guarda-redes esteve sete temporadas no Chipre, tornando-se um ídolo do clube© Getty Images  

A mudança para o Chipre acabou por ser um ponto de viragem para Bruno Vale. O guarda-redes esteve sete anos ao serviço do Apollon e tornou-se uma das lendas do clube cipriota. Ainda que nunca tenha vencido o campeonato, o português conquistou três Taças do Chipre (2012/13, 2015/16, 2016/17) e duas Supertaças cipriotas (2016 e 2017).

Aos 36 anos, em maio de 2019, Bruno Vale decidiu regressar a Portugal, mas deixou uma marca de tal forma indelével no Chipre que levou a que o Apollon retirasse de forma definitiva a camisola 83, por forma a homenagear o internacional português.

Αποσύρεται για πάντα το Θρυλικό «83»!#BrunoVale #Legend #Forever #OneOfUs #ApollonFC

https://t.co/nXnzaFidIq

— Apollon FC (@APOLLONOFFICIAL) May 20, 2019

Em final de carreira, Bruno Vale voltou a Portugal pela porta da Oliveirense. Fez nove jogos pelo clube português, antes da pandemia da Covid-19 ter provocado a sua aposentadoria a 4 de junho de 2020. Era o final de uma carreira recheada de sucessos.

Já fora do futebol profissional, Bruno Vale não deixou de estar ligado ao desporto-rei. Em 2022/23, tornou-se treinador de guarda-redes da equipa sub-19 do Lusitânia de Lourosa. Seguiu-se uma incursão treinador de guarda-redes no Valadares Gaia em 2023/24, assumindo a mesma função na AD Sanjoanense em 2024/25.

Para além disso, o antigo internacional português tem sido presença assídua nos veteranos do FC Porto, tendo participado nas três últimas edições da Liga Portugal Legends.

Todas as semanas o Desporto ao Minuto apresenta-lhe uma nova edição da rubrica ‘O que é feito de…?’, que pretende recordar o percurso de algumas personalidades do mundo futebolístico que acabaram por cair no esquecimento.

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