Esse foi o acidente aéreo mais mortal em solo norte-americano em mais de duas décadas.
A resposta oficial ao primeiro processo movido por uma das famílias das vítimas afirmou que a Administração é parcialmente responsável pelo acidente, porque o controlador de tráfego aéreo violou os procedimentos de separação visual nessa noite. Além disso, o processo concluiu que a “falha em manter a vigilância para ver e evitar” o avião comercial envolvido no acidente por parte dos pilotos do helicóptero do Exército torna a Administração responsável.
A ação sugeria que outros, incluindo os pilotos do avião comercial e as companhias aéreas, também podem ter desempenhado um papel e acusava a American Airlines e a parceira regional, PSA Airlines, pelas ações no acidente, mas as companhias aéreas interpuseram ações junto dos tribunais para indeferir a queixa.
Washington negou até agora que qualquer controlador de tráfego aéreo ou funcionário da Administração Federal de Aviação ou do Exército tenha sido negligente.
Pelo menos 28 corpos foram retirados das águas geladas do rio Potomac depois de o helicóptero colidir com o avião da American Airlines quande este aterrava no Aeroporto Nacional Ronald Reagan, no norte da Virgínia. O avião transportava 60 passageiros e quatro tripulantes. A bordo do helicóptero Black Hawk seguiam três tripulantes.
Robert Clifford, um dos advogados da família da vítima Casey Crafton, sublinhou que a Administração admitiu “a responsabilidade do Exército pela perda desnecessária de vidas” e o incumprimento da FAA em seguir procedimentos de controlo de tráfego aéreo, ao mesmo tempo que reconheceu “corretamente” que outras entidades — a American Airlines e a PSA Airlines — também contribuíram para as mortes.
Os advogados do Governo afirmaram no processo que “os Estados Unidos admitem que tinham um dever de cuidado para com os queixosos, o qual violaram, causando assim o trágico acidente”.
Um porta-voz da American Airlines recusou-se a comentar o processo, mas na moção da companhia aérea para indeferir o processo, a American afirmou que “o recurso legal adequado dos queixosos não é contra a American. É contra o Governo dos Estados Unidos… O tribunal deve, portanto, indeferir a American deste processo”, afirmou, citado pela AP. A companhia aérea afirmou ainda que, desde o acidente, se tem concentrado em apoiar as famílias das vítimas.
O processo acusava as companhias aéreas de não terem feito o suficiente para mitigar os riscos de voar tão perto de helicópteros em Washington, D.C., e de não terem treinado adequadamente os seus pilotos para lidar com essa situação.
O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes divulgará o um relatório sobre a causa do acidente no início do próximo ano, mas os investigadores já destacaram uma série de fatores que contribuíram para o acidente, incluindo o facto de o helicóptero estar a voar 24 metros acima do limite estabelecido de 61 metros, numa rota que permitia apenas uma separação mínima entre os aviões que aterravam na pista secundária do aeroporto Reagan e os helicópteros que passavam por baixo.
Além disso, segundo o NTSB, a FAA não reconheceu os perigos em torno daquele aeroporto muito movimentado, mesmo após 85 quase colisões nos três anos anteriores ao acidente.
O Governo admitiu no seu relatório que os Estados Unidos “estavam conscientes de certos eventos de quase colisão entre os helicópteros Black Hawk operados pelo Exército, e o tráfego aéreo que transitava nas rotas 1 e 4 de helicópteros” em torno de Washington.
