As autoridades norte-americanas continuam, esta sexta-feira, no local onde o corpo de Cláudio Neves Valente foi encontrado, depois de ter tirado a sua própria vida, num armazém em Salem, New Hampshire.
Segundo o chefe da polícia de Providence, Oscar L. Perez, explicou à CNN Internacional, são ainda desconhecidas as motivações que o levaram a disparar na Universidade de Brown, matando dois estudantes e ferido outros nove.
“Na minha opinião, o indivíduo foi muito estratega neste plano”, disse Perez, acrescentando, sem muitos mais detalhes: “Utilizava certos métodos de direção e escolhia certos bairros para percorrer. Não escolhia as ruas principais”.
Recorde-se que para além de ter levado a cabo o tiroteio no estado de Rhode Island, que aconteceu a 13 de dezembro, Cláudio Neves Valente terá disparado ainda contra Nuno Loureiro, professor no MIT, matando-o. Os dois foram colegas no Instituto Superior Técnico, frequentando a licenciatura de Engenharia Física Tecnológica entre 1995 e 2000″.
Valente era também um antigo aluno da Universidade de Brown, e, segundo Perez, ainda não terão conseguido encontrar os seus familiares. Segundo o responsável desta polícia, o português tinha moradas em seu nome em Providence e Miami, viajando de Boston até à Florida várias vezes. Estava “extremamente familiarizado com a Universidade de Brown”, dado que vivia próximo do Departamento de Engenharia Barus e Holley, onde o tiroteio aconteceu.
As autoridades explicaram ainda que Valente adotou uma série de medidas evasivas para evitar ser detectado, nomeadamente, evitar aparelhos que lessem matrículas e que estão espalhados pela cidade. Note-se que o nome uma publicação na plataforma Reddit deu uma pista às autoridades: apontava para um Nissan cinzento com matrículas da Florida, que Valente estaria a conduzir.
O que foi encontrado?
Uma fonte explicou ainda à CNN que foram encontradas várias provas em dois depósitos que o suspeito arrendava num centro de armazenamento em Salem. New Hampshire, onde foi encontrado morto.
Os investigadores apreenderam duas pistolas Glock de 9 mm – uma delas com um dispositivo laser verde – carregadores de alta capacidade e um colete à prova de balas. Também encontraram o casaco com que que apareceu em vídeos e fotos divulgados pela polícia no início desta semana.
Os investigadores acreditam que Cláudio Neves Valente estava vivo e se movimentando até algum momento na quinta-feira, acrescentou o oficial.
A Polícia Judiciária esclareceu esta sexta-feira que está em contacto com as autoridades norte-americanos desde o momento em que se tornou conhecida a identidade do suspeito.
Trump suspende vistos que Valente usou
Entretanto, o presidente Donald Trump suspendeu o programa de vistos que permitiu a entrada nos EUA do português suspeito de matar o físico Nuno Loureiro e outras duas pessoas na Universidade Brown.
A secretária da Segurança Interna, Kristi Noem, afirmou, na quinta-feira, que, a pedido de Trump, ordenou ao Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos que suspendesse o programa.
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